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AudioBook: A architectura religiosa na Edade Média by Augusto Fuschini
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A ARCHITECTURA RELIGIOSA NA EDADE-MÉDIA
ENSAIOS DE HISTORIA DA ARTE
A ARCHITECTURA RELIGIOSA NA EDADE-MÉDIA
POR
AUGUSTO FUSCHINI
LISBOA IMPRENSA NACIONAL 1904
A Minha Filha Octavia Fuschini de Lima Mayer
INTRODUCÇÃO
As noções fundamentaes do nosso espirito são absolutamente indefiniveis. Sentem-se; nada mais. Se lhe procurarmos a definição, cahiremos em simples labyrintos de palavras, consistindo, quasi sempre, em verdadeiros circulos viciosos. Tomemos, para exemplo, o espaço e o tempo, noções bem fundamentaes.
O que é o espaço? É o meio, sem limites, onde existem em continuo movimento todos os corpos; o que equivale a dizer que o espaço é o espaço.
O que é o tempo? É a serie indefinida de momentos, durante os quaes se realisa a successão dos factos physicos e moraes; o que equivale a dizer que o tempo é o tempo.
Assim, parece que as idéas ou noções fundamentaes teem o singular caracter de ser facilmente comprehensiveis pela intelligencia humana, sem que ella tenha palavras rigorosas ou phrases perfeitas, para as definir com sufficiente clareza.
Dados o espaço e o tempo, a materia e o espirito em perpetuo movimento produzem a totalidade dos factos e phenomenos physicos e moraes, constituindo o Universo, que sem as primeiras noções seria absolutamente impossivel e incomprehensivel.
Pouco nos importa saber, n'este momento, se a materia e o espirito coexistem, ou se o espirito é apenas um attributo da materia, organisada segundo leis desconhecidas. Os phenomenos passam-se como se fossem distinctos; deixemos, pois, a investigação d'este problema, que aliás parece insoluvel, aos metaphysicos e aos theologos.
O que podemos considerar quasi certo é que a materia em movimento nos dá as noções exactas do espaço e do tempo; e o espirito em actividade nos dá, tambem, as noções claras do bem, do bello e do justo, que são como as primeiras completamente indefiniveis na sua natureza absoluta.
Quem aprecia o tempo e o espaço? Os sentidos physicos.
Quem aprecia o bem, o bello e o justo? Esse sentido especial e perfectissimo, denominado consciencia, a faculdade de julgar que possue a intelligencia humana.
As similhanças mostram-se ainda mais intimas. As noções do espaço e do tempo são inseparaveis. A nossa intelligencia não pode conceber uma sem a outra. O bello, o bem e o justo manifestam a mesma qualidade. São noções correlativas.
É certo que a complexidade dos phenomenos animicos torna esta correlação menos evidente do que a primeira, mais simples e clara pela sua origem physica; mas, discutindo bem e com profundidade qualquer facto de ordem animica, chega-se a descobrir que uma d'estas noções do nosso espirito envolve, sempre, as outras duas em maior ou menor grau.
Assim, pois, poderemos, sem grande receio de errar, estabelecer tres definições:
A Arte é a expressão do bello;
A Moral é a expressão do bem;
O Direito é a expressão da justiça.
Ora, como as noções do nosso espirito se manifestam subordinadas a leis geraes, temos tres sciencias, que estudam as manifestações externas e visiveis da propria essencia do espirito humano.
Eis-nos entrados no campo positivo e experimental. Um longo periodo historico prova já que o nosso espirito é successivamente perfectivel e evolutivo; não o sendo, de certo, nos principios fundamentaes, mas sim na applicação d'esses principios e na variedade infinita de combinações, que se podem fazer com as idéas, como se obtem com as notações musicaes.
Se nos fosse permittido, empregariamos a seguinte expressão: a perfectibilidade é a lei fundamental do espirito humano, a evolução o seu methodo.
Convém, todavia, observar, como um facto historico e psychologico, que a alma humana--digamos a palavra--não é perfeitamente livre no pensamento e na acção. Deixemos a theoria do Livre Arbitio para ser definida em Concilio.
Os astros, esses até, que estão sujeitos a leis immutaveis e mathematicas, soffrem perturbações nas respectivas orbitas, por influencias ainda mysteriosas algumas, outras descobertas em certos casos. Ora, sobre as leis moraes as influencias são variadissimas; por isso, o astro espiritual, a Idéa, caminha sempre em determinado sentido, ás vezes, com enormes desvios.
O raciocinio prevê as causas d'essas grandes irregularidades e a experiencia demonstra a verdade d'essas previsões.
Em relação á Arte, estas causas podem grupar-se em tres grandes categorias:
-
A influencia do meio natural, da atmosphera physica e cosmica;
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A influencia do meio historico, isto é, do conjuncto de circumstancias que em dado momento constituem a atmosphera social;
-
A influencia do meio particular de cada individuo, formado pelo proprio caracter e talento, pelas suas condições dentro da sociedade e da familia, ou pelo menos, dentro do pequeno grupo social, em que se executa o seu trabalho e se exerce a sua actividade.
Teremos occasião de explicar mais tarde algumas applicações d'estes principios; mas seja-nos permittido concretisal-os um pouco mais, principalmente o primeiro.
Nas leis historicas--e a Arte tem historia e leis--entre as influencias, actuando obscura e vigorosamente sobre o caracter dos povos e sobre os destinos das nações, a sciencia não conseguiu ainda definir bem a acção profunda dos elementos climatericos e geographicos sobre o espirito humano; todavia, essa influencia presente-se, ou melhor prova-se e deduz-se da diversidade das raças e dos caracteres moraes dos habitantes da terra.
A forma humana, como é incontestavel, soffre a influencia d'este meio externo e ás modificações d'essa forma correspondem modos de ser e intensidades differentes de intelligencia. Ora, se nas linhas geraes do nosso espirito se observa a acção dos agentes climatericos e geographicos, como a vida dos povos depende das proprias funcções intellectuaes e, pelo menos, em forte proporção o bem e o mal proveem do exercicio da intelligencia humana, não é vago presentimento mas verdade scientifica a existencia de leis, embora ainda não formu
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